sábado, 21 de março de 2009

A Cyber-Periferia ou a Periferia 2.0

Continuo cada vez mais fascinado pelo fenômeno das lan houses nas periferias do mundo.


Fui jovem nos anos oitenta e vivi toda a efervescência dos fanzines, da cena underground, do punk e do new wave e todas as manifestações que para muitos foram os últimos fenômenos culturais genuínos da era pré-digital.

Fervíamos em nossos auto-proclamados guetos, embalados pela música pesada e pelas letras de rebeldia e de depressão existencial, de Joy Division a Legião Urbana, de Devo a Ultrage a Rigor, de Damned, Dead Kennedys e Agent Orange a Inocentes, Garotos Podres, Olho Seco e tantos outros.

Os círculos eram pequenos e as ideologias eram bem elaboradas, cada grupo pregava as mazelas do pós-rock, da geração “pós pós-guerra”, pós-ditadura e pós-tantas outras coisas que acabamos quase ficando sem identidade própria. Ser pós e viver alguma herança quase sempre maldita era a nossa desculpa e a nossa identidade, mas de qualquer forma, foi um dos últimos períodos ultra-férteis de grande efervescência cultural ou contra-cultural antes da era digital, e de alguma forma deixamos várias marcas que ainda hoje estão por ai, algumas até com grande influência e atualidade.

Após um longo período sem qualquer manifestação original mergulhamos definitivamente na era digital com profundas conseqüências para os jovens, e começamos a ver manifestações regionais e bem localizadas se difundirem na internet e encontrarem ressonâncias em outras periferias e vizinhanças do mundo.

Mas acho que só agora, com a evolução da tecnologia, a acessibilidade do cyber-espeço a todas as camadas sociais e as ferramentas da Web 2.0 é que começamos a perceber que podemos estender nossos guetos modernos ao redor do mundo.


Quem mais tem carência de ressonância cultural é quem justamente tem mais carência de procurar seus iguais e se manifestar, criando e expandindo seu próprio espaço no mundo, na sociedade e no mercado.


É por isso que o Orkut é um fenômeno (entre tantos outros) no Brasil e justamente nas lan houses das periferias.


Nossos jovens de baixa renda tem muito pouca opção de lazer e de cultura formal e acabam criando suas próprias tendências e manifestações que antes da era digital eram isoladas dentro das ruelas das favelas, nos barracões das escolas de samba e nas quadras de Black Power, Funk e Break Dance em verdadeiros patamares pendurados nos morros da periferia, como que a olhar o resto da cidade com uma vista privilegiada.


Se naquela época a qualidade e a originalidade já eram absolutas em seus ambientes isolados, agora na era da grande rede, não só os guetos se expandem, mas trocam experiências, impressões e até criam em conjunto, ampliando a abrangência, a riqueza e a profundidade da miscigenação cultural.


Temos exemplos de artistas que nasceram plugados no cyber-espaço e que se materializaram nos grandes mercados de música, vídeo, artes gráficas, mas tem um número infinito de artistas que crescem vertiginosamente pela Web, totalmente alheios e à margem dos mercados.

Em uma análise mais profunda, podemos perceber que este fenômeno quebra os limites da arte e das manifestações culturais e passa a criar espaços e oportunidades em diversas outras áreas, criando meios de geração de trabalho e renda totalmente inusitados, originais e bem sucedidos, também alheios aos mercados e totalmente à margem dos modelos tradicionais.

A “Cyber-Periferia” ou “Periferia 2.0” é um caldeirão fervilhante de experiências originais e a sua força como formadora de opinião nas maiores massas de consumidores de todo o planeta é inegável.


Essa capacidade de comunicação e de formação de opinião em larga escala é um motor gerador de hábitos e comportamentos capazes de desequilibrar qualquer mercado, fazendo surgir do nada novos produtos e serviços, e destruindo da noite para o dia a reputação e a imagem de produtos e empresas que não tem qualquer ressonância com suas necessidades e desejos.
Algumas empresas já perceberam que não adianta levar um punhado de “representantes” das tendencias e hábitos dos mercados consumidores de classe C e D para seus grandes (e intimidadores) laboratórios de pesquisa de marketing em prédios de 20 andares com recepção computadorizada, catraca eletrônica, segurança e elevador revestido de mármore.


Para atingir em cheio a maior fatia de consumo em todo o mercado atual, as empresas tem que ir até lá, despir-se de suas roupas, carros e relógios de grife e até de sua linguagem de marqueteiros ou sociólogos de bancada e penetrar de corpo e alma no mundo único das periferias.


Certamente temos muito mais oportunidades de interação e de simbiose entre as grandes empresas e a periferia. O fenômeno da penetração e do uso amplo e inovador da Internet nas Lan Houses Suburbanas é a ponte para penetrar esse mundo à parte de opiniões, hábitos e conceitos próprios.


Já temos laboratórios de criação de produtos encravados em ruelas de favelas no Brasil, na África e na Índia. Já temos empresas especializadas em espionar redes sociais em busca de focos de informação negativa sobre produtos e empresas na Web. Já temos até experiências muito boas de diálogo de empresas com comunidades virtuais e redes sociais para neutralizar e até mesmo interagir com elas de forma aberta e transparante, entendendo críticas e colaborando para absorver e implementar mudanças e melhorias, buscando calibrar as ressonâncias com os consumidores.


Porém falta ainda a abertura da maior fronteira de simbiose entre as cyber-periferias e as Corporações e Organizações. A colaboração profissional em cadeia, que deverá levar oportunidades reais de geração de trabalho e renda às periferias através das redes sociais e de outras ferramentas do cyber-espaço e que mudarão para sempre as regras e relações entre as pessoas e as organizações.


Nesta onda de abertura, certamente em um futuro ainda distante, teremos a quebra das mega-empresas em cadeias de colaboração entre empresas menores e entre empresas e indivíduos que trabalharão remotamente, de maneira colaborativa, flexível, independente, inovadora e acima de tudo remunerada, inserindo uma parcela ainda maior da população no mercado consumidor, aproximando e agilizando o diálogo com as empresas, diminuindo custos, melhorando a assertividade e efetividade dos investimentos.





Esta revolução já começou, mas é ainda fragmentada e desordenada, mas a ressonância entre as suas diversas experiências deve orquestrar a sua convergência em ondas de movimentos em direção à novos serviços e processos que se beneficiarão diretamente da simbiose entre as empresas e as cyber-periferias.


Bom dia! Seja Feliz!

quinta-feira, 19 de março de 2009

O milagre da Vida

É um milagre que ocorre a nossa volta milhares de vezes ao dia e aos milhões por todo o mundo, mas mesmo assim não nos acostumamos a ele.

O nascimento de uma criança é uma emoção mágica para a qual os nove meses de gestação não nos prepara. É tão intensa e inesperada e muda tanta coisa na nossa visão do mundo e de nós mesmos que é impossível descrever.

Marca tanto e tão profundamente que para a maioria das pessoas que eu conheço, é impossível visitar um novo bebê e seus pais na maternidade e não ter que se esforçar para conter as lágrimas nos olhos pela lembrança de quando éramos nós que estávamos ali, no meio daquele turbilhão!

Hoje mais um “casal de amigos” se transformou para sempre em uma “família” e já logo com dois de uma só vez!

Lorenzo e Valentina bem vindos ao mundo!

Vocês já nascem como seres humanos perfeitos! Como aliás todos nós!

A perfeição de ser humano está em equilibrar as qualidades e os defeitos, a genialidade e a teimosia, o conhecimento e a ignorância, a ação e a latência, tudo na mais perfeita harmonia!

Tomara que vocês possam lembrar-se que a dita perfeição idealizada não é humana e nunca poderemos alcançá-la pois isso exigiria uma mudança básica na nossa natureza, precisaríamos ser alguma outra coisa que não seres humanos, e a graça da vida está justamente em ir aprendendo a equilibrar ao longo do tempo.

Marcinho e , eu avisei que ia escrever heim..... 1 beijo para todos!

Bom dia! Sejam bem vindos! Sejam felizes!

quarta-feira, 18 de março de 2009

Manifesto da Inclusão 2.0

Queremos nos comunicar, dividir nossas ideias e o que estamos fazendo. Queremos expor a nossa visão do mundo e principalmente da nossa própria periferia. Queremos nos comunicar com outros iguais a nós, explorar o que eles pensam do mundo e como eles vêem a nossa própria periferia.

Trocar ideias e experiências e principalmente sentir como cada um encara os problemas que temos e que são razoavelmente os mesmos pelas periferias do mundo.

Queremos mostrar nossa própria identidade e ver qual o impacto que temos nas pessoas e no mundo. Como somos vistos e recebidos. Somos valorizados? Por quem? Por que? Queremos nos expor, nos comunicar, colaborar, interagir, trocar e comparar.

E queremos acima de tudo encontrar ressonâncias.

É nas ressonâncias que vamos encontrar nossos iguais e colaborar formando nossas próprias comunidades conectadas ao redor do mundo 2.0.

É nas ressonâncias que vamos gerar e expor o nosso valor e buscar o nosso espaço comum, vamos exercer nossa identidade.



Não queremos buscar oportunidades, chega de esperar que alguém nos dê oportunidade! Queremos criar nossas próprias oportunidades! Encontrar nosso espaço e debater com todos, de maneira igual, qual é a nossa contribuição.

Assim vamos alterar o equilíbrio de poder e criar novas formas de consumo, de aprendizado e principalmente de relação com o mercado e com as organizações e corporações.

Não queremos emprego, queremos o espaço para oferecer aquilo em que acreditamos e que temos absoluto prazer em criar ou produzir. Também não queremos trabalho, trabalho já temos de sobra, queremos é um canal de voz que leve nossas ideias e contribuições para o mundo e que naturalmente sejam valorizados para gerar riqueza.

Queremos relações mais flexíveis e regras iguais, auto-reguladas. Esforço nós temos de sobra, basta que possamos canalizá-lo em direção a quem percebe o seu valor intrínseco, e como fazemos o que gostamos e acreditamos, não mediremos esforços.!

Queremos agir na nossa periferia e trocar impressões com outras periferias e queremos produzir valor para outras periferias. Queremos interagir com o mercado para expressar exatamente o que queremos consumir e como queremos consumir, afinal se tivermos capacidade de consumo o mercado mundial atual não vai ter como produzir qualquer coisa em escala suficiente para nos abastecer, pois somos a última grande massa ávida por participar do século XXI, mesmo sem ter ainda passado sequer pelo século XX.

Temos as ferramentas e a ousadia para fazer a ponte para usufruir do mundo 2.0.

Temos o poder de criar, influenciar ou destruir a reputação de produtos e de empresas em escala global instantaneamente. Temos o poder de discutir e influenciar e podemos esclarecer e denunciar.


Também temos o poder de reconhecer, elogiar e fazer explodir a adoção de produtos, especialmente se podermos perceber neles as ressonâncias do que queremos e esperamos em escala global ou nas tênues fronteiras das nossas próprias periferias.

Vamos dominar o mundo... para seu próprio bem...





E para isso, só precisamos de uma coisa – assumir nosso espaço no mundo 2.0!

Reflexões de um amigo

Aprendi que ignorar os fatos não os altera;
... que é o AMOR, e não o TEMPO, que cura todas as feridas
...que não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito
... que a vida é dura, mas eu sou mais ainda
...que quanto menos tempo tenho mais coisas consigo fazer
... que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você a está escalando
...que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam
...que leva anos para se construir confiança e apenas segundos para se arrepender
...que devemos aceitar as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, pois quando o ancoradouro se torna amargo a felicidade vai aportar em outro lugar
...que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e que o que realmente importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem
.... que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa
...que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que você pode ser
...que não importa onde você já chegou, mas onde está indo
...que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências
...que paciência requer muita prática
...que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém; algumas vezes você tem que aprender a perdoar a si mesmo
...que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte


Caro amigo, isto não a intenção de ser plágio... me perdoe mas achei que estas palavras deveriam ir ao vento!

Bom dia! Seja Feliz!

domingo, 15 de março de 2009

Crise Existencial 2.0

Não é nada fácil, afinal eu não nasci plugado e conectado como todos os que tem menos de 15 anos... A geração Web não lê manual, e é só olhar para qualquer "gadget" seja real ou virtual, que já sabem como funciona e que botões apertar, é quase mística, sobrenatural, mas não é nada disso.

Na verdade nós nos esforçamos para usar a tecnologia e aprendemos passo a passo porque quando éramos bebes ou crianças, ninguém fazia isso perto de nós, mas agora não... meu filho de 2 anos já escolhe e assiste aos vídeos no site do seu canal favorito e sem qualquer explicação ele já sabe como jogar alguns jogos virtuais sem a pretensão de acertar a estratégia ou ganhar mas ele quer participar, colaborar e experimentar.

Só para babar um pouco mais, outro dia fomos a um Shopping da Capital mas ele ainda estava abrindo. No meio do saguão principal havia uma área promocional sobre um canal de TV com aquelas máquinas onde você dança pisando nos quadrados que se iluminam no chão conforme o ritmo da música tocada no vídeo a frente. Bem, ele invadiu deliberadamente a área por baixo da fita preta e amarela, subiu em uma das "geringonças" e começou a dançar freneticamente pisando nos quadrados abaixo como se estivesse vendo e ouvindo a seqüência da música, mas a máquina nem estava ligada... em seus 2 anos de vida, ele nunca sequer chegou perto de uma dessas máquinas.....

Mas e nós pobre adultos mortais? O que fazemos? Tento me atualizar sobre tudo o que corre no mundo da Tecnologia, da Internet e da Comunicação, mas simplesmente não dá. Eu aprendo de acordo com os velhos cânones e eles aprendem observando e acomodam o que vêem e sentem com uma velocidade e uma organização que não é desse mundo.

Veja a minha crise existencial, acabo de criar mau Blog a 3 semanas atrás e fiquei orgulhoso com o meu avanço e arrojo por cerca de 15 minutos! Quando penso que estou entrando na vanguarda pela porta da frente, todos já se cansaram e saíram pela porta dos fundos em busca de algo muito mais novo.

Este texto por exemplo,já tem não sei quantas linhas para dizer o que um punhado de Twiteiros conseguiriam facilmente espremer em 140 toques e ainda manter a elegância...

Mas mesmo assim eu sigo tentando me manter em movimento, pois ficar à frente é impossível, e nem é mais relevante, o importante é movimentar, experimentar, expor-se e abstrair o que não é trivial para acelerar a comunicação,. Afinal, na semana passada foi gerado muito mais conteúdo escrito e em outras mídias do que todo o acumulado em toda a história da escrita até o início da década de 90, que aliás já ficou para o século passado.

Mas eu estou aqui e quero expor meu filho a tudo que ele poderá absorver e utilizar, mesmo que eu não consiga acompanhar em 99,999% dos casos. Afinal eu acredito que o mundo 2.0 que já está em desenvolvimento avançado, trará muito mais oportunidades para todos de forma democrática, mas todos terão que ser fluentes na nova linguagem universal da comunicação 2.0.

Bom dia! Seja Feliz!