segunda-feira, 23 de março de 2009

O Flanelinha e a Marola

Que coisa mais estranha é essa tal de Opinião Pública. Esta manhã, ao sair do meu estacionamento em uma travessa da Nove de Julho em São Paulo, me surpreendi com a conversa entre um flanelinha (guardador de carro) e um de seus clientes.
O Flanelinha dizia que “essa crise já está afetando o pessoal que para por aqui e eu estou ganhando menos”...

Está claro que a tal da “Marolinha do Lula” está agitando muito mais do que querem assumir os nossos governantes.

Parece até que o Lula é um surfista experiente e o pico da Joaquina em Florianópolis não é suficiente para fazer ele entrar no swell...Se o Lula estiver esperando estourar o pipeline de inverno de Waymea para começar a remar, vamos todos morrer afogados, e o sertão (e o resto do país) vai virar mar como dizia o beato...

Mas acho que o show de ilusionismo começa a mostrar esgotamento, pois esta semana vimos as notícias de que a tão celebrada popularidade do presidente caiu pela primeira vez neste mandato.

Mas vamos voltar ao nosso amigo flanelinha. Qual a dimensão desta crise e até aonde ela vai?
Já está bem claro que novamente a tal da opinião pública é um dos principais motores da crise, espalhando e multiplicando o estado de terror. Este estado de terror é mais importante para a disseminação e para o prolongamento da crise que a quebradeira dos bancos e os mirabolantes derivativos sobre as carteiras hipotecárias da classe média americana.

O pânico está instaurado no centro da mola propulsora do mundo moderno - a classe média - que consome os bens e serviços produzidos no mundo, fazendo toda a engrenagem rodar. Sem crédito e em pânico esses consumidores param de alimentar a roda e o resto desta história todos nós já sabemos.

O nosso amigo flanelinha sequer pertence a esta classe, e na verdade ele é o representante de um enorme contingente que de uma forma ou de outra conseguiram sair de baixo do peso sufocante da tal da linha da miséria e começaram a consumir. E consumir é bom! Ninguém quer voltar para trás...

De acordo com as últimas pesquisas, nos últimos 10 anos tivemos uma verdadeira legião de famílias que galgaram o direito de participar da economia e o estão fazendo de maneira surpreendentemente responsável. Buscam segurança e estabilidade para suas famílias no curto prazo e investem em saúde e educação.

Com esta nova mentalidade e esta nova classe que desponta no horizonte econômico do país, podemos finalmente plantar as sementes de mais um ciclo virtuoso, que, se fizermos tudo direito, poderá dar resultados em um período não inferior a 5 anos á frente.

Mas infelizmente corremos o risco de que boa parte dessa conquista silenciosa seja afogada pela marolinha do Lula.

Está realmente na hora de educarmos um pouco mais essa tal de opinião pública para que ela tenha um mínimo de senso crítico e possa assumir as rédeas de seu próprio desenvolvimento e estabilidade.

Mas com a nossa imprensa vendida e com os meios de comunicação entregues á mercê da máquina de fazer marolas, essa tarefa está longe de ser bem sucedida.

Bom dia! Seja Feliz!