É claro que em tempos de crise, apertar os cintos, maximizar, optimizar, enxugar, reduzir e outros termos são palavra de ordem em toda e qualquer reunião executiva.
O problema porém é que mesmo após décadas de maciços investimentos em desenvolvimento de sistemas, pacotes de software, customização de aplicações, redesenho de processos, integração de dados e sistemas e outros investimentos, a grande maioria das empresas ainda não tem uma plataforma leve, ágil, rápida e flexível para acompanhar e gerir com eficácia a performance de seus negócios e de duas operações.
Desde os primórdios da Teoria Geral da Administração de Empresas que temos perseguido a meta de alinhar e sincronizar planejamento estratégico com operações e com o dia-a-dia mas a rapidez com que os negócios mudam e a nuvem de possibilidades e adversidades as quais os negócios estão sujeitos hoje, não são compatíveis com os sistemas e processos transacionais e de operações que normalmente implementamos.
Os grandes sistemas "ERP" da década de noventa, as soluções de "Business Inteligence" ou mesmo os custosos "Data Warehouses" não tem se mostrado capazes de cumprir esta tarefa, e os executivos continuam tomando decisões e reagindo a adversidades e descontinuidades de cenários estratégicos, na velocidade e extensão que suas plataformas transacionais de tecnologia da informação e não na velocidade da competitividade e do mercado.
Em um mundo globalmente competitivo e "digitalizado" como o de hoje (Mundo 2.0) é fácil imaginar o problema que a falta de velocidade de analise e reação pode representar para a gestão de qualquer empresa.
Mas então caminhamos tanto, evoluímos tanto a tecnologia e o pensamento estratégico e ainda não conseguimos prover aos Executivos um punhado de ferramentas confiáveis para de fato gerir com eficácia?
Sim e Não...
Temos a tecnologia necessária e temos os processos e metodologias apropriados, porém não temos ainda a cultura e para implementar de alto a baixo a disciplina necessária para isso.
A tecnologia também não está assim tão "à mão" como se poderia imaginar, mas existe e está solidamente testada e madura para a tarefa.
O que precisamos é a clareza de escolher dentre todos os processos, produtos, serviços e demais componentes, onde vale mesmo a pena investir em mudança de cultura e integração de procedimentos e ferramental tecnológico.
É muito comum nas empresas que se faça um controle praticamente empírico ou puramente financeiro da performance, ou em outro extremo, que se procure adotar níveis complexos de controle e monitoramento em todas as áreas e linhas de negócio, independente de sua real "margem de contribuição" para a estratégia, o crescimento e o "Bottow Line".
A primeira lição que se deve aprender é que controle e gestão são custosos em vários aspectos e somente devem ser aplicados em dois casos:
- áreas onde o controle de custos seja fundamental para manter o equilíbrio e qualquer alteração mínima pode causar perdas memoráveis; e
- áreas onde o crescimento seja crucial para atender a visão estratégica de médio e longo prazos.
Nas demais áreas simplesmente o investimento não vale a pena e os processos podem até burocratizar e atrapalhar mais do que ajudar...
Com essa lição aprendida (óbvia mas não trivial), o resto são processos e a adoção e integração de ferramentas que criem um ciclo perpétuo envolvendo as seguintes fases:
- Planejamento
- Execução
- Monitoramento
- Avaliação
- Re-planejamento ...
As ferramentas fundamentais para suportar esse ciclo, além de toda a parafernália transacional da TI (que apesar de tudo as empresas não podem prescindir) são as seguintes:
- Planejamento Financeiro Corporativo, com capacidade de derivar cenários e inserir variáveis ilimitadas para testar possibilidades e contingências;
- Sistema de indicadores de performance (KPIs) para cada processo, integrados em estrutura de causa / efeito; e
- Plataforma de Business Inteligence para acompanhamento das transações do dia-a-dia e sistema de "Reporting" para desenvolvimento rápido de relatórios para todos os fins.
A capacidade de planejamento, execução, análise e simulação destas ferramentas integradas já permite aos executivos um grande salto de qualidade e agilidade no processo de gestão, mas a tecnologia sobre a qual estas ferramentas foram desenvolvidas precisa também acompanhar a velocidade e a capacidade de colaboração do "Mundo 2.0" (temos muita coisa boa porém velha, mas ainda disponível no mercado).
Mas para realmente orquestrar ferramentas, processos e até mesmo uma cultura organizacional orientada a excelência dos resultados, o último componente fundamental é a disciplina de execução.
Disciplina de execução desde os procedimentos da alta gestão na analise e no estudo dos cenários de planejamento estratégico e avaliação das possíveis descontinuidades no horizonte, até os procedimentos operacionais mais elementares que contribuem ou influenciam no resultado final.
A ciência embutida em todo esse processo está justamente na capacidade de calibrar o elo de ligação entre cada um dos processos e das atividades diretas ou indiretas, através da estrutura de causa e efeito que consolida a contribuição de cada componente no todo.
Em momentos de crise como o que estamos vivendo, este ciclo virtuoso de planejamento, execução, avaliação e re-planejamento é muito mais eficiente, inovador e inteligente do que a tesoura generalizada que temos acompanhado nos noticiários nacionais e internacionais.
Esta cultura do "cortar para sobreviver" é alimentada pela inércia dos nossos homens de ação, que ao invés de inovar, copiam, ao invés de antecipar, aproveitam momentos como esse para corrigir ineficiências históricas e mais do que isso, não tem agilidade e leveza suficientes para aproveitar as enormes oportunidades que nascem no ventre de cada crise.
Bom dia! Seja Feliz!
Bem , a célebre frase 'navegar é preciso' sem encaixa aqui. A área de TI em si , navegou muito até onde chegamos hoje, viemos de um TI autoritário citando a época dos Mainframes , com um ego enorme , gurus circulando pelos corredores , vistos como ETs dentro das empresas, onde TI ditava como as aplicações deveriam ser feitas e como deveriam ser utilizadas ... as áreas , os usuários praticamente não tinha opinião ou direito a voto no formato das aplicações. Os mainframes e os softwares funcionavam quase com precisão cirúrgica , quase na totalidade arquivos VSAM / com Cobol CICS ou ADABAS/Natural. Era um mundo singular, de poucos fornecedores , de poucas integrações e raríssimas interfaces. Se passaram alguns anos e com o advento das novas tecnologias, tudo mudou. Os usuários foram emancipados para Clientes, já se apareciam algumas ferramentas ao alcance do usuário para extração / manipulação de dados e TI teve que se adequar e entrar nos moldes como fornecedor. Tudo tinha que estar integrado, tudo o que acontecia na empresa deveria ter um lançamento contábil , bem como se enxergar os custos das operações e do produto final. Viviamos tempos de ERPs. Muito se falou em relatórios consolidados , gerencias para tomadas de decisões etc... muitas vezes pra mim 'fake' , ou um ou outro dado mascarado , ou esquecido , ou distorcido. Pra mim , a grande missão de TI são duas : entregar ou disponibilizar seja um método , seja o dado , seja a modelo matemático , não importa , TI tem que capaz de suprir o corpo diretor, os homens de negócio a realidade , a fotografia do que é a empresa em termos de números , de custos , de volume de vendas , de perdas. É com base nisto que se pode tomar decisões. Com isto em mente , TI e áreas de negócio partiram para o pior caminho possível , gerar informação , seja em papel ou meio eletrônico , sempre se tinha de se disponibilizar uma informação , um dado , as vezes um dado extremamente custoso de ser obtido em termos de processamento e tudo porque ? Porque "o Homem" esta pedindo. Sempre tem "um Homem pedindo as coisas " e quanto mais alta a patente do cidadão, mas frenéticamente se corre atrás disto , praticamente TI virou uma pizzaria. 'Como diz o Guima aqui , você tem a solução , as ferramentas , as metodologias ... e digo eu no meio a todo este turbilhão se esqueceu metodologia , a perfomance então nem se fala , os computadores sempre estavam no gargalo de processamento , cada vez mais se encurtanto as janelas de processamentos noturnos , Jobs Schedulados X Backup X Fechamento Diário e isso tudo porque ? de novo , porque 'o Homem ' esta pedindo. Imagine este cenário em meio a vários fornedores e produtos diferentes, Siebel, Hyperion, SAP , JDE, Cognos, PeopleSoft , WebMethods , Mastersaf, Oracle , Microsoft , Linux , Sun , IBM ... Hoje temos que racionalizar , e acalmar os ânimos , não existem problemas nos softwares , até há , Bugs etc , não é nada fácil sincronizar , estabilizar um ERP , rodar scripts imensos , é extremanente cansantivo. Acredito hoje , no segundo ponto, acho que as empresas , do ponto de vista operacional , de chão de fábrica os softwares tem se resolvido , se não , pelo menos satisfatóriamente. A questão é , do ponto de vista estratégico de negócio , hummmm , ai é aonde , o calo realmente aperta. Nunca foi tão necessário uma ferramenta com conceitos e modelos de negócio , e uma forma flexível de se trabalhar , algo que seja simples na sua essência , claro , não vamos ser inocentes a ponte de acreditar a uma tecnologia completamente adaptável , não é isso , mas acredito , pelo menos potencialmente nas tecnologias novas como SOA , porque elas são efetivamente maduras desde o nascimento do ponto de vista de negócio , de reusabilidade. Enquanto estas novas tecnologias não estiverem fazendo parte do nosso cotidiano , já que ainda não estão totalmente disponíveis. Neste momento de crise existe uma oportunidade incrível de enxugar processos, cortar as diversas camadas de gorduras , de redundâncias que existem nas áreas de negócio e TI, de focar principalmente na qualidade das informações , e não na quantidade das informações. É nisso que as empresas se perdem eficiência hoje, na quantidade de energia que se gasta em analisar informações numa mão e na outra a necessidade de gerar informações e atender a demanda por por novas solicitações de informações. É um momento de parar , e de se racionalizar as informações. E muitas vezes , com o que existe em casa, ou seja , na empresa. Acredito que não é necessário adquirir coisas novas, seja software ou hardware , porém , em termos de capital humano , se esta inteligência não existe nas companias hoje , com esta mentalidade , e que vai ser o diferencial em termos de competitividade , senão até de sobrevivênvia , isso sim , tem que ser buscado , porém não porque 'o Homem' esta pepindo , porque o Mercaco , o Negócio esta pendindo. É isso. Guima, é isto o que eu penso.
ResponderExcluirBrisolla, tanto a TI quanto os negócios tem que evoluir, acho que de dentro dos antigos grandes aquários a sua visão está correta, mas para mim a TI já saiu do antigo CPD há muito tempo mas tanto executivos quanto o pessoal da tecnologia ainda não aprendeu a lidar com isso, mas nõs vamos chegar lá.
ResponderExcluirO importante é que precisamos de ferramentas leves e de metodologias (como vc bem disse) que possam fazer as empresas e as pessoas ganhar tempo, agilidade e flexibilidade.
A performance nas empresas nunca foi tão medida, gerenciada, espionada, esmiuçada ... mas ainda não chegamos a um processo simples e eficaz para a sua gestão, mas como concordamos, as ferramentas estão aí, falta mudar a postura.